“A dança? Não é um movimento,
súbito gesto musical
É concentração, num momento,
da humana graça natural.
A tradução? Como a dança,
exige concentração, movimento,
Nada de padronização...
No solo não, no éter pairamos,
nele amaríamos ficar.
A dança - não vento nos ramos:
seiva, força, perene estar.
A tradução, no solo sim, pois é no texto que pairamos,
mas sem nele nos fixar
É um estar entre o autor e o leitor
Sem saber ao certo a quem agradar,
Um estar entre céu e chão,
novo domínio conquistado,
onde busque nossa paixão
libertar-se por todo lado...
E como a dança, a tradução serpenteia,
Sem marcar lugar, nem espaço etéreo
É o deslizar dos sentidos que vagueia
No pensamento sempre em movimento
Assombrado sempre pelo eterno incompleto
Que jaz na interpretação e na cena da tradução.
Sem descrever
Onde a alma possa descrever
suas mais divinas parábolas
sem fugir a forma do ser,
por sobre o mistério das fabulas."
Ana Schäffer
Projeto Integrador: “Dança, Cultura e Tradução”
Alfredo Heim, Janaira Nasato, Julie Marques e Raquel Dasan.
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