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quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Como se tornar um dublador

É preciso ter o DRT de ator/atriz junto ao Ministério do Trabalho

Você já deve ter assistido a alguns filmes dublados, não é mesmo? E quando você ouve aquelas vozes tem curiosidade pra saber como uma pessoa faz para se tornar um dublador – ou como é correto dizer, um ator em dublagem? Quem sabe até você já teve vontade de ser um, não? Mas qual é o passo a passo para se tornar esse profissional? 
“A pessoa que quiser ser um dublador tem que ser ator/atriz e ter o DRT. O curso é composto por três módulos, e eles são individuais. Caso o aluno opte por fazer todos os módulos, eles poderão ser feitos em meses alternados, por exemplo. Em cada módulo existe o certificado de participação com a carga horária realizada em estúdio", explica Mônica Placha, atriz, dubladora, produtora e coordenadora da Escola de Dublagem de Curitiba. Na escola, o curso começa dia 14/03. Mais informações em breve! 

Mundo Bob, Divulgação hagah  / 
Você sabe quem faz a voz do Bob Esponja?
Foto:  Mundo Bob, Divulgação hagah  / 

As características principais de um bom dublador são a boa dicção, ausência de sotaque, além de saber interpretar e ter o DRT, como já mencionado. "Para se destacar na profissão, o ator também precisa saber respeitar a figura do diretor, ter paciência e saber a hora certa de se posicionar com opiniões dentro do estúdio", reforça Mônica.

O eixo Rio-São Paulo desponta como referência nesse mercado. Em São Paulo existe a Universidade de Dublagem, idealizado por Wendel Bezerra, diretor, dublador e que já emprestou a voz para Bob Esponja e Leonardo diCaprio em O Homem da Máscara de Ferro, dentre outros trabalhos.

leonardo dicaprio o homem da máscara de ferro

O salário médio de um dublador varia bastante, pois depende de cada estado e a maneira como o profissional vai efetivar o trabalho. "No eixo Rio-São Paulo, os bons dubladores chegam a ganhar por volta de R$ 70 por anel dublado (anel dublado é a nomenclatura que se dá por trecho dublado: um anel pode ter até 20s). Já aqui em Curitiba, onde a dublagem é basicamente publicitária, se o dublador conseguir se inserir bem no mercado o anel fica em torno de R$ 40/50", explica a dubladora.

Flora Bezerra, que já trabalhou mais de 40 anos com dublagem, hoje dá um apoio para os profissionais que estão começando na Universidade de Dublagem. “A rotina deles é muito puxada. Muitas vezes os atores ficam o dia inteiro em estúdio, das 8h às 18h. É, inclusive, muito difícil conversar com eles, mas posso te dizer que eles amam de paixão o que fazem”, ressalta. 

A atriz e dubladora Mônica Placha nos passou algumas das nomenclaturas que os diretores de dublagem utilizam para poder se comunicar de forma rápida e agil com o dublador dentro de estúdio. Confira!

1. Anel – unidade de divisão do texto. Trecho de, no máximo 20 segundos em que o filme é marcado para efeito de programação e remuneração. 

2. Loop – forma como o anel é denominado nos estúdios do Rio de janeiro. 

3. Batida – um movimento labial do personagem. 

4. Bife
 – nome que se dá a uma fala muito grande a ser dublada. 


5. Mumunhas
 – movimentos labiais/ou caretas do personagem na tela, normalmente sem emitir nenhum som. 


6. Reação
 – qualquer tipo de som vocal ou respiratório emitido pelo personagem que não seja palavra. 


7. Vozerio
 – grupo de pessoas em determinada cena sem falas e personagens claramente definidos (festas, brigas, confusões, passeatas, restaurantes...). 


8. Cabeça
 – começo de uma cena, trecho ensaiado ou fala. 


9. Caco
 – palavra ou frase que o dublador coloca de improviso, não consta no texto. 


10. Dobra
 – nome que se dá aos personagens diferentes que um mesmo ator dubla em um só produto. Pelo acordo de trabalho vigente, um dublador só pode fazer três dobras numa mesma hora e a soma dos anéis dessas dobras não pode exceder a 20. 


11. Curto
 – ocorre quando o dublador terminou de falar, mas o personagem na tela ainda não. 


12. Passou
 – ocorre quando o personagem na tela parou de falar, mas o dublador ainda não. 


13. Ralentar
 – falar mais devagar. Usa-se também “esticar” ou “espichar”. 


14. Correr
 – falar mais depressa. 


15. Puf
 – leve explosão causada pela boca ao se pronunciar certas palavras (normalmente com P, B e F) ou ao fazer determinadas reações. 


16. Sincro
 – sincronismo ou sincronizar. Encaixar o texto em português perfeitamente em cada movimento labial do personagem. 


17. Time code
 – código sonoro que faz com que áudio e imagem se comuniquem em harmonia. Este código é traduzido visualmente na forma numérica e aparece na tela determinando o tempo do filme em horas, minutos e segundos. 

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